POR QUE A GASOLINA NÃO FICA MAIS BARATA?
Quando o governo reduz artificialmente o preço da gasolina e depois exige explicações por que essa queda não é repassada integralmente ao consumidor final, estamos assistindo a uma encenação política que fere princípios básicos da economia. Afinal, como cobrar transparência de mercado se os preços são manipulados? É tão improvável quanto esperar que a água suba contra a gravidade.
O chamado “abrasileiramento” dos preços, em que cortes são celebrados, mas aumentos são adiados, não é uma estratégia econômica, e sim populismo puro. Celebramos o preço baixo como sinônimo de justiça, sem considerar os custos reais: impostos, margens, logística, variação cambial, tudo vira detalhe diante da pressão por “boas notícias” .
A comparação com os preços da Coca‑Cola é expressiva: aceitamos diferentes preços conforme o contexto, mas no caso da gasolina essa lógica é varrida para debaixo do tapete. O resultado? Um mercado distorcido, onde a Petrobras fica refém de ciclos eleitorais e a economia real perde credibilidade .
Em essência, estamos escolhendo entre ter um mercado eficiente ou um espetáculo teatral. E, por mais bem montado que seja, teatro não gera prosperidade duradoura.