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Somos constantemente enganados, até na forma como os impostos são apresentados. A maquiagem dos números faz parecer que pagamos menos do que realmente desembolsamos. No Brasil, quando compramos algo por R$100, nos dizem que cerca de 50% são impostos. Parece absurdo? Sim, mas a realidade é ainda pior.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o imposto é mostrado de forma direta. Um item custa $10? O imposto aparece na hora de pagar e, se for 50%, você vê claramente que está pagando $5 a mais. Aqui, o imposto está embutido no preço final, tornando a carga tributária quase invisível, mas muito mais pesada. Uma cachaça que custa R$10 pode ter R$8 de imposto, o que representa 400%, não os 80% que nos fazem acreditar. Essa omissão de verdade dificulta que a população tenha plena noção do impacto que isso tem no seu bolso.
E a ironia não para por aí. Produtos brasileiros, quando exportados, chegam mais baratos nas prateleiras de outros países. Um chocolate, um panetone ou até uma garrafa de cachaça vendida lá fora custam menos do que aqui. Como é possível que o produto atravesse oceanos, enfrente custos logísticos e ainda seja mais acessível em outro país? A resposta está em nossa insustentável carga tributária.
Essa realidade não apenas pesa sobre o consumidor, mas também desencoraja o crescimento econômico e a competitividade do país. Enquanto nos acostumamos a pagar caro, o sistema tributário continua invisível e inquestionado. Talvez o maior imposto que pagamos diariamente seja o da falta de transparência, que nos impede de enxergar o verdadeiro custo do Brasil para os brasileiros.
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